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A FALHA TENTATIVA PROTESTANTE DE RESGATAR A SACRALIDADE APÓS ADOÇÃO DA HERESIA ICONOCLASTA

O iconoclasmo foi um movimento que surgiu no Império Bizantino entre os séculos VIII e IX, caracterizado pela rejeição e destruição de imagens sagradas, considerado uma heresia que perturbou a paz da Igreja Oriental. Os iconoclastas viam a veneração de imagens como um retorno à idolatria, argumentando que a representação de Cristo, que une a natureza divina e humana, era problemática e poderia levar a heresias como o monofisismo e o nestorianismo. Essa postura foi influenciada por pressões externas, como a ascensão do Islã, que acusava a Igreja de politeísmo e idolatria. A resposta da Igreja a essa crise culminou no Segundo Concílio de Niceia em 787, que defendeu a veneração das imagens, esclarecendo que a honra dada aos ícones se dirige ao seu protótipo, ou seja, a Cristo e os santos.

A adesão das igrejas protestantes modernas à heresia iconoclasta, que rejeita o uso de imagens sagradas, resultou em distorções profundas do modo de entender e viver a sacralidade durante os seus cultos. Este movimento, embora tenha raízes nos primórdios da Reforma, superou em muito a rejeição luterana ou calvinista das imagens e virou uma negação radical da materialidade como instrumento de graça. O resultado inevitável foi a perda de uma expressão visível e tangível da presença do transcendente, das características do culto que evocam o mistério e a presença divina.

Sem os ícones, o vestuário litúrgico tradicional e os outros elementos que, por séculos, serviram para elevar o homem à contemplação do sagrado, essas comunidades passaram a buscar substitutos. Curiosamente, estas muitas vezes adotaram símbolos e trajes com inspiração judaica, como o uso do talit (manto de oração) ou da menorá numa tentativa de recuperar a solenidade perdida. Este movimento oferece um exemplo claro, pois demonstra que, mesmo ao rejeitar as imagens e a tradição litúrgica cristã, estas igrejas não conseguiram se livrar da necessidade humana de signos sensíveis para representar o invisível. Mas esta busca pela sacralidade é uma falha profunda, não pelas peças em si, mas pelo contexto em que elas estão inseridas.

As vestes e os signos judaicos estão carregados de um significado pródigo na Antiga Aliança, que indica a Cristo como o Messias prometido. Mas, no âmbito do cristianismo, sua plenitude foi atingida e ultrapassada pelos sacramentos e pela liturgia por Ele próprios instituídos. Ir atrás deles é uma atitude que, de fato, nega esta plenitude, almejando preencher um vácuo que a rejeição iconoclasta provocou, mas que apenas o mistério cristão pode verdadeiramente preencher. Assim, esta tentativa se torna estéril, uma vez que os signos judaicos, desprovidos do seu terreno original, não possuem o poder sacramental e espiritual que a Igreja detém em toda a sua riqueza litúrgica e doutrinal.

No fundo, a falha é espiritual e teológica: quando eles buscariam ao sagrado, não conseguiriam passar do próprio gesto humano. Sem a continuidade da autêntica tradição cristã, que une, o visível ao invisível, o temporário ao eterno, estas práticas se restringiriam a adereços vazios, sem possibilidades de levar o homem ao real encontro com Deus.
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A FALHA TENTATIVA PROTESTANTE DE RESGATAR A SACRALIDADE APÓS ADOÇÃO DA HERESIA ICONOCLASTA

O iconoclasmo foi um movimento que surgiu no Império Bizantino entre os séculos VIII e IX, caracterizado pela rejeição e destruição de imagens sagradas, considerado uma heresia que perturbou a paz da Igreja Oriental. Os iconoclastas viam a veneração de imagens como um retorno à idolatria, argumentando que a representação de Cristo, que une a natureza divina e humana, era problemática e poderia levar a heresias como o monofisismo e o nestorianismo. Essa postura foi influenciada por pressões externas, como a ascensão do Islã, que acusava a Igreja de politeísmo e idolatria. A resposta da Igreja a essa crise culminou no Segundo Concílio de Niceia em 787, que defendeu a veneração das imagens, esclarecendo que a honra dada aos ícones se dirige ao seu protótipo, ou seja, a Cristo e os santos.

A adesão das igrejas protestantes modernas à heresia iconoclasta, que rejeita o uso de imagens sagradas, resultou em distorções profundas do modo de entender e viver a sacralidade durante os seus cultos. Este movimento, embora tenha raízes nos primórdios da Reforma, superou em muito a rejeição luterana ou calvinista das imagens e virou uma negação radical da materialidade como instrumento de graça. O resultado inevitável foi a perda de uma expressão visível e tangível da presença do transcendente, das características do culto que evocam o mistério e a presença divina.

Sem os ícones, o vestuário litúrgico tradicional e os outros elementos que, por séculos, serviram para elevar o homem à contemplação do sagrado, essas comunidades passaram a buscar substitutos. Curiosamente, estas muitas vezes adotaram símbolos e trajes com inspiração judaica, como o uso do talit (manto de oração) ou da menorá numa tentativa de recuperar a solenidade perdida. Este movimento oferece um exemplo claro, pois demonstra que, mesmo ao rejeitar as imagens e a tradição litúrgica cristã, estas igrejas não conseguiram se livrar da necessidade humana de signos sensíveis para representar o invisível. Mas esta busca pela sacralidade é uma falha profunda, não pelas peças em si, mas pelo contexto em que elas estão inseridas.

As vestes e os signos judaicos estão carregados de um significado pródigo na Antiga Aliança, que indica a Cristo como o Messias prometido. Mas, no âmbito do cristianismo, sua plenitude foi atingida e ultrapassada pelos sacramentos e pela liturgia por Ele próprios instituídos. Ir atrás deles é uma atitude que, de fato, nega esta plenitude, almejando preencher um vácuo que a rejeição iconoclasta provocou, mas que apenas o mistério cristão pode verdadeiramente preencher. Assim, esta tentativa se torna estéril, uma vez que os signos judaicos, desprovidos do seu terreno original, não possuem o poder sacramental e espiritual que a Igreja detém em toda a sua riqueza litúrgica e doutrinal.

No fundo, a falha é espiritual e teológica: quando eles buscariam ao sagrado, não conseguiriam passar do próprio gesto humano. Sem a continuidade da autêntica tradição cristã, que une, o visível ao invisível, o temporário ao eterno, estas práticas se restringiriam a adereços vazios, sem possibilidades de levar o homem ao real encontro com Deus.

BY 𝐋𝐮𝐱 𝐅𝐢𝐝𝐞𝐢


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Earlier, crypto enthusiasts had created a self-described “meme app” dubbed “gm” app wherein users would greet each other with “gm” or “good morning” messages. However, in September 2021, the gm app was down after a hacker reportedly gained access to the user data. Ng was convicted in April for conspiracy to incite a riot, public nuisance, arson, criminal damage, manufacturing of explosives, administering poison and wounding with intent to do grievous bodily harm between October 2019 and June 2020. Telegram desktop app: In the upper left corner, click the Menu icon (the one with three lines). Select “New Channel” from the drop-down menu. Matt Hussey, editorial director of NEAR Protocol (and former editor-in-chief of Decrypt) responded to the news of the Telegram group with “#meIRL.” A few years ago, you had to use a special bot to run a poll on Telegram. Now you can easily do that yourself in two clicks. Hit the Menu icon and select “Create Poll.” Write your question and add up to 10 options. Running polls is a powerful strategy for getting feedback from your audience. If you’re considering the possibility of modifying your channel in any way, be sure to ask your subscribers’ opinions first.
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